Tuesday, October 12, 2010

Experiência de Portugal nas renováveis deve ser aproveitada pelo Reino Unido


Esta ideia foi defendida pela jornalista Syma Tariq num artigo publicado hoje no "The Guardian".


"Claro que a indústria energética em Portugal beneficia de um clima favorável. Mas mesmo que o tempo esteja mau durante a maior parte do ano, o Reino Unido também tem condições favoráveis. Tem dez vezes mais costa do que Portugal e beneficia de muito vento durante todo o ano", escreve Syma Tariq.

Assim, se "Portugal pode aumentar a dependência de electricidade verde de 17% para 45% em apenas cinco anos, os nossos líderes têm poucas desculpas para os nossos meros 3%".

A jornalista reconhece que as "energias renováveis são caras" mas acrescenta que "à medida que os custos com o investimento diminuem, e dado que as energias verdes têm poucos custos de manutenção, os preços deverão estabilizar ou até cair".

Syma Tariq defende que o Reino Unido devia aprender com a experiência portuguesa e destaca as medidas tomadas pelo governo português para incentivar o investimento em energias verdes.


"Há dez anos as linhas de transmissão eram detidas por empresas privadas que não tinham interesse em investir em energias renováveis devido aos custos envolvidos. Para contornar esta situação, o governo comprou estas linhas e começou a adaptar a rede, incluindo maior flexibilidade e melhores ligações em áreas remotas que permitem a produção e distribuição de energia a partir de pequenos geradores, como painéis solares domésticos. O governo concedeu ainda uma boa combinação de incentivos", destaca a jornalista.

Syma Tariq alerta que devido à queda da produção no Mar do Norte e ao aumento dos custos do uso do carvão, o Reino Unido pode tornar-se o maior importador de petróleo e gás em 2015. "Já Portugal que não tem combustíveis fósseis próprios, está a aproveitar os seus recursos naturais para produzir a sua própria energia limpa, segura e controlada internamente", destaca Tariq.

Fonte: Jornal de Negócios

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