Monday, August 15, 2011

Ambientalistas apelam aos caçadores que não cacem durante a 2ª quinzena de Agosto



A Liga para a Protecção da Natureza defende que, apesar de o calendário venatório permitir o exercício da actividade nesta época, os praticantes devem abster-se de a realizar por ser uma altura em que muitas espécies estão ainda a criar, para salvaguardar o futuro a médio/longo-prazo destas populações e, consequentemente, da própria actividade cinegética.


O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento rural anunciou na semana passada a retirada do melro da lista de espécies cinegéticas cedendo às pressão dos ambientalistas e de inúmeros cidadãos que revelaram indignados com a abertura da caça a esta ave que faz parte da cultura portuguesa.

No entanto, as Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA), apesar de saudarem o anúncio do Secretário de Estado, alertaram para a existência de vários outros erros no calendário venatório que urge corrigir.

Um desses erros é a abertura da caça ainda em período de criação de diversas espécies de aves, algumas delas em declínio acentuado, como é o caso da rola-brava.

Perante o aproximar da data e não tendo sido anunciadas quaisquer alterações no calendário venatório relativas a este aspecto, a LPN – Liga para a Protecção da Natureza apela directamente aos caçadores, no sentido de, ainda que o possam fazer, absterem-se de caçar na 2ª quinzena de Agosto.

Os ambientalistas sustentam que “abdicar de caça nestes 15 dias é garantir a continuidade das espécies que ainda se encontram a criar, elevar os números para os anos cinegéticos seguintes e aumentar a qualidade do acto de caça”.

Adicionalmente, a LPN já enviou uma carta à Ministra a Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, pedindo a revogação da Portaria que estabelece o calendário venatório, que é válida também para as épocas de 2012/2013 e 2013/2014.

Por seu lado, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, que lançou a campanha “Eu vou dizer ao Governo que não quero que cacem os nossos melros” faz várias outras recomendações de alterações ao calendário venatório e à gestão da caça, nomeadamente, que se volte a fixar o calendário venatório anualmente, o que permite ter em conta as alterações anuais nas populações cinegéticas, que se proíba o uso de munições de chumbo em zonas húmidas para evitar o envenenamento de milhares de aves como patos, que não seja permitida a caça de patos em Agosto-Setembro, e que se removam da lista venatória espécies como a Rola-comum e o Estorninho-malhado, cujos efectivos populacionais têm vindo a diminuir de forma dramática.

Fontes: LPN - CI e SPEA – CI



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